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Neve, Rockefeller Center e Você

O sono cansou minhas pálpebras e antes que eu pudesse reagir, sono profundo. Logo eu que não gosto de perder um só minuto acordado, dormi mais cedo que o de costume. Não sou muito de sonhar, ou se sonho, não sou muito de lembrar. Raros são os sonhos que eu guardo, mas acordado, acordado eu costumo sonhar e lembrar. Convido sonhos pra viver realidade todos os dias e nessa noite Sonhei com Você. Guardei cada detalhe, esculpido pela noite, na lembrança.
Passeávamos na neve, e rolávamos juntos como rolam as crianças dos filmes de Holiwwod. Éramos os protagonistas, arremessando bolotas e trocando sorrisos, deitados na neve fazendo anjinhos, patinando no gelo e trocando olhares de mãos dadas. E como parecia confiante a tua mão segurando a minha. Ah... Lembro também de um presente, isso mesmo, um presente que ti dei quando chegamos no meio da pista de gelo.

Já disse que a pista era ao ar livre, num lindo parque em Nova York? Se não me falha a memória Rockefeller Center. Eu não gosto muito de Nova York, mas ao seu lado era o lugar mais perfeito do mundo, o lugar mais lindo... um sonho dentro de outro!Voltemos ao presente: No meio da pista de gelo eu lembrei que trazia algo no bolso, era estranho lembrar que o trazia mesmo sem saber ao certo quando e como foi parar lá, era um presente pra você. Tirei uma caixinha delicada, semelhante aquelas que guardam alianças, Você sorriu e uma brisa fria, mas agradável, soprou. Foi um sinal, foi o momento em que o mundo fez sentido. Tua pele/neve avermelhou-se e teus olhos perdidos no tempo me forçaram a perguntar o que foi. Meu vício sempre foi perguntar mesmo tendo vaga noção dos teus pensamentos.
Tirei da caixinha uma gargantilha de ouro, um pingente de cristal e um laço. Laço? Sim, um lindo laço que poderia se orgulhar de ser um laço se laços tivessem como manifestar o seu orgulho. Enfeitei os teus cabelos com Ele depois de colocar a gargantilha em volta do teu pescoço. Laços não estavam na moda, mas a moda não entende muito de sentimento e nem de pedacinhos de eternidade como entendem os poetas e os laços. Sei que a ultima coisa que vi foi o sorriso mais lindo que meus olhos, fechados, já puderam enxergar.

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