16

Pra frente Brasil


A educação está falida!
Não é um direito pra muita gente
Existem escolas, mas não há estrutura
Existem professores,
poucos contentes.
Desviam verbas direto
Mas não há nada concreto
Espere... 2014 será diferente!

A saúde deitada na maca
Prejudicando muita gente
Morre idoso, menino e mulher
A saúde está mesmo doente
É dengue, AIDS, malária,
Gripe suína e aviária
Espere... 2014 será diferente!

O transporte, transporta medo
De cair dos céus, de sofrer acidente
O transporte do povo é apertado
Lotado, precário e demente
É um pina-pina no metrô
Crise de vôo e de controlador
Espere... 2014 será diferente!

Fome, um país todo com fome!
Um país todo carente
Um país rico... Riqueza de poucos.
Riqueza na mão de gente indecente
Mesmo assim povo vibrante
Bravo, heróico e retumbante
Espere... 2014 será diferente!

A violência me faz refém
Me faz das grades um dependente
A população presa dentro de seus lares
O Brasil não era independente?
Mas depende da ordem dos traficantes
Somos governados por assaltantes
Espere... 2014 será diferente!

O povo grita: 2014 será diferente?
É uma nova armada a favor da paz mundial?
Uma ajuda de investidores estrangeiros?
Uma sacada do governo federal?
Solução para tudo?
Isso é um absurdo!
Ou uma piada sensacional.

Não é a tropa de elite
Nem uma arma da NAZA
Não é o super-homem
Nem mesmo tem asa!
Acredite é verdade
Não é mais uma maldade
Verá mudanças sem sair de casa.

Sei que você pobre, miserável,
Lascado e oprimido...
Pode ficar contente!
Tenha fé, a esperança morre por ultimo
Espere pelo que vem pela frente.
Não é um produto Tabajara
É melhor que viajar de pau de arara
Espere, em 2014 tudo será diferente!
15

Já nem gorjeiam


Aqui na mesma terra
Onde canta o sabiá
Quem rompe agora o silêncio
É o medo riscando o ar

As aves já nem gorjeiam
Mudas vozes a gritar
A tinta agora extraída
Rubro sangue a se espalhar

Dão novo tom ao cenário
Numa terra sem senhor
Altos gritos de horror

Um triste canto contrário
Obra de um rei ordinário
Que lucra com a nossa dor
4

Sobre poeira leve



Certo dia os olhos que beijara tanto
Miraram seus próprios caminhos
E partiram.

Segui uma e outra marca perfeita
De pés tortos
Riscados no chão
Sobre poeira leve
E desisti...

O vento varreu seu rastro
O tempo ocultou a lembrança
E o que era caminho certo
Virou distorção!

Segui no sentido oposto
Disposto a não seguir pegadas!

Quem sabe no movimento de rotação
Não esteja escondendo o destino
O nosso futuro debaixo de sete palmos de terra
Para que num dia qualquer
Em que o sol acorde sorrindo
Ele venha novamente fazer sentido?

E simplesmente, num encontro repentino
À beira mar, brisa leve no rosto,
Voltaremos a falar do mesmo amor
Que um dia me ensinou
O verdadeiro significado
Da Eternidade.
9

Pulsa em guerra


Mesmo no silêncio da noite
Embebido em céu estrelado
Num canto embriagado...
- O esquecido coração ainda pulsa,
Num ritmo torpe.

Triste sentimento de esperança
Neste caso, poderia ser o primeiro a morrer
Levando junto qualquer sonho que tenha Você
E a felicidade, unidos em um mesmo verso.

Quantas vezes ainda direi adeus
E chorarei em velórios seus
E me enganarei com ligeiros dias de paz
Pulsando no peito um coração em guerra?

Não queria morte tão lenta pra você!

As máscaras de algoz não se adéquam ao meu rosto
E mesmo as vestindo
A cada açoite cravo
Também em minhas costas um novo corte
E em minha alma uma nova cicatriz.
9

Canção do vento


O vento sopra à janela
Anuncia fria madrugada
Em melodia chorosa
Mais uma vez
Tal qual alma penada
Vaga o sonho acordado
Perdido no mundo dos vivos.
2010 - Copyright © Contraditório mundo das palavras

Designed by Rafaell Soler