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Não são mais mãos vinicianas


Não são mais mãos vinicianas
Que tecem cada verso extraído
De um amor perdido

Quando revolvi voltar a mim
Já eu no fim, não estava lá
Nítido nas cartas das ciganas

Elas, traídas pela ironia do destino
Cravadas em unhas gritantes
Convertem eternidade em mero instante

Em antigas juras lêem blasfêmia
Em vida boêmia afoga a poesia
Ao som fúnebre de um violino.

32 comentários:

Anônimo disse...

Cairo
Gostei. Parece, lá no fundo, um poema um tanto magoado. Com o quê? Não sei. Talvez seja loucura minha, mas me vi dentro da "crítica".

Vini de Oliveira disse...

Pois é Cairo... que bom que gostou.
Essa mágoa em marca d'água
escondida no poema é uma boa leitura!

Anônimo disse...

Fulana
Interessante poema, destaco:

"Quando revolvi voltar a mim
Já eu no fim, não estava lá
Nítido nas cartas das ciganas"

boa imagem esta.

Mas Vinicius, se não eras mais dono de suas mãos, a quem perteciam?

Anônimo disse...

Cairo
Quer dizer que eu não estava errado...

Tem um texto meu que eu digo mais ou menos assim: "mas a alcoviteira dizia..." Quem lê o texto pensa que é simplesmente uma parte do conto, mas ali contem algo muito mais forte tipo: a pessoa reabrindo a ferida.

Gostei mesmo de seu poema, porque buscou no abstratismo o cerne da coisa.

Vini de Oliveira disse...

Quem sabe dizer o que são ou eram essas mãos Fulana?
Nem eu sei se eram minhas e quanto mais se eram mesmo mãos
dessas que a gente pode ver e tocar!
kakkaka!

Esse seu trecho ai conversa com o meu então. Cairo, errado não estava pq essa sua leitura é possível... já notou como a gente lê o mesmo poema de vários modos distintos e como eles vão além de nós leitores e escritores!!! Mas essa mágoa existe sim!!!

Vlw pessoal!

Vini de Oliveira disse...

to precisando desacelerar a vida e aproveitar mais a paisagem da janela!

To de saida, mas mais tarde a gente discute o assunto!
Muito bom beber com vcs que pena que o tempo está
sendo um carrasco e sempre me lembra que hora de correr.

Anônimo disse...

Creito
"não são mais mãos vinicianas"

O Eu lírico- ou mesmo o autor, se olhar por fora, e vê que a vida dele passou tão rápido e tudo que fez era se buscar - motivo da saudade - tentando se encontrar no passado, ou mesmo no futuro. Mas sempre chega ao fim e não encontra nada. Porque a vida é assim, nos dá caminhos, nos dá presságios, nos dá tudo, mas esse tudo não é nada. É somente uma forma de encher a nossa bagagem de perguntas. Respostas não, muitos acham que poetas são donos da verdade. Mas a verdade, é que eles não sabem de nada, só sentem desejo e inquietude. Vontade de viver, de existir.
Mas...as vezes, como disse num poema meu

" Signo
Como são falsos todos esses poemas,
demonstram de forma tão lúcida
a tristeza da paixão e angústia
de ver a vida passar como uma criança,
vendo carrosséis brincarem no parque
e ficar com o brilho da esperança
de poder tocá-los (e nunca conseguir).

...."

Anônimo disse...

Creito
Bom, relendo aqui, achei esse poema muito bom mesmo!

vem das vísceras das tuas vísceras, Vini.

é Real. E...isso é o mais digno na poesia.

Anônimo disse...

Creito
"Em antigas juras lêem blasfêmia
Em vida boêmia afogam a poesia
Ao som fúnebre de um violino."

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"Você é tudo que eu sempre procurei, tudo que eu sempre quis!
- o amor morre cedo.


Não me importa o mundo, nada que aconteça, sempre estarei contigo
a qualquer momento, qualquer circunstância.
- basta uma mentira e tudo se torna complicado.

- Ainda a música, a melancolia acalma a alma.

Ainda não me entendi por inteiro, mas me vejo, hoje, como sempre fui, desde pequeno.

O caminho é se conhecer, e acreditar em cada escolha sua.
Os momentos são mágicos, pode ter certeza.

E o que é realmente nosso, nunca se vai.
Em muitos momentos pensamos, "nada é pra mim."

ou, tudo está perdido. Sim, acontece, mas a vida - o tempo - a morte, ela não nos diz que hora vai chegar.

O importante é sentir-se leve, sorrir, não levar as coisas tão a sério sempre.
Mas a vida nos cobra. Existir tem um preço caro.

Anônimo disse...

Cairo
É verdade Vini. Cada um lê e entende de uma forma diferente. Às vezes lemos o texto mais de uma vez, e como você mesmo disse, entendemos e vemos de formas variadas.

No meu caso vai ver que tenho algo parecido dentro de mim e se encaixou exatamente naquilo que você quis nos transmitir.

Anônimo disse...

Cesar Veneziani
Sem maiores análises e certo de que merece uma releitura adianto: gostei!

Anônimo disse...

olga
eu, eu preciso de verdades,,,,e nao vou explicar.

Anônimo disse...

Creitinho meu parceiro ficou muito bom esse seu comentário. Tem hora que minha inquietude me expulsa de mim mesmo e acabo fazendo leitura de mim ou fazendo leituras de mim em outras pessoas!!! Em fim, esse realmente nasceu das "vísceras das minhas vísceras". Nasceu de uma notícia que o destino insistiu em me mandar sem nenhum eufemismo como de fato merecia... Vlw mesmo meu amigo!!!

Cairo, o bom do bar é saber que não estamos sozinhos nesses sentimentos que nos levar, ilusoriamente, a acreditar que só apertam os nossos corações e o de mais ninguém.

obrigado Cesar e espero sua releitura pq gosto de aprender com as análises de todos.

ok Olguita... meio confuso, mas vou ficar com esse seu coments na mente mais tempo!!!

Anônimo disse...

Giovani
metalinguagem egocêntrica, ideia comum, rima blasfémia com boémia... nanananão, tá parecendo colagem de penteadeira de puta. me pareceu apenas a fim de agradar.

fez a minha não...

Anônimo disse...

João Marques
Com charme

Fernando de Souza disse...

Gostei do blogue, Vinicius. Bela apresentação, bom diálogo.
Coloquei-lhe um atalho no meu.
Abraço!

Anônimo disse...

Vlw Fernando!!!
Grato pela visita meu amigo!

Vini de Oliveira disse...

Não vou concordar ou descordar da sua análise, mas não foi pra agradar ninguém não! Foi realmente algo que veio junto com um sentimento que eu só pude traduzir assim! A minha metáfora não tem nada de egocentrica a sua visão, leitura, dela pode ter... mas não foi minha intenção pq não falo de mim!!! Em fim, não explicarei meu poema... foi bom causar uma leitura distinta a vc. Agora GARANTO: não tentei agradar ninguém, tentei só aliviar a minha angustia!
Grato pela leitura Giovani...


Grato João!

Anônimo disse...

Giovani
ah, vini, lembre-se que minha impressão é relativa ao texto. sobre vc, nada tenho contra ou a favor, pelo contrário. se nem te conheço nem te amo nem te odeio.

Vini de Oliveira disse...

Que isso Giovane, mas dá pra ler mais que egocentrismo e uma rima de penteadeira de puta aê, não dá?
kakakakakaka

Vlw colega!

Anônimo disse...

Celso
Bacana, o poema. Bem interessante seu desenvolvimento...

Vini de Oliveira disse...

Obrigado celso...

Anônimo disse...

Ruth
Gostei tabém, Vini!
Abraço.

Vini de Oliveira disse...

Obrigado Ruth... que bom que tenha gostado!

Anônimo disse...

Poetinha
Já li coisas parecidas, mas o título é para lá de original.

Vini de Oliveira disse...

Vlw... sempre existe um tanto de intertextualidade!!! GRATO

Anônimo disse...

jessica
nossa, adorei. amanhã penso em um comentário à altura

Anônimo disse...

Calaça
achei muito massa;

Não são mais mãos vinicianas
Que tecem cada verso extraído
De um coração perdido

Vini de Oliveira disse...

Espero que volte Jessica... GRato!

Vlw mestre Calaça!

Anônimo disse...

Jarbas
exceto a "ironia do destino", que é lugar bem comum, gostei do poema: da temática, dos signos e das rimas internas (só isso já é incomum, contrabalançando a outra impressão)

Anônimo disse...

L u a n
Muito bom
Parabéns pelo poema! Extremamente bom!

Vini de Oliveira disse...

O lugar é comum igual ao sentimento...
Obrigado mesmo Jarbas...
Obrigado LUAN... voltem sempre...

:)

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